Como a alimentação pode prevenir a esteatose hepática
Dentre todos os seres vivos, nós, seres humanos, somos um dos mais eficientes em extrair dos alimentos uma grande quantidade de energia que nos permita sobreviver e manter o corpo em atividade por um tempo bastante prolongado, logicamente enquanto conseguirmos nos manter alimentados.
Só para fazer uma comparação, alguns insetos morrem se ficarem privados de alimentos por 12 horas. Alguém já ouviu falar de algum ser humano que faleceu porque ficou 12 horas sem se alimentar? Mas como conseguimos então sobreviver por mais tempo mesmo na privação do alimento? Graças à um estoque de combustível de reserva que está guardado dentro das nossas células adiposas, nos músculos e no fígado, de nome bem conhecido: triglicérides.
Mas como este triglicérides é produzido? Vou explicar então: esta substância é formada pela união de 3 moléculas de
ácido graxo com 1 molécula de glicose. Os ácidos graxos vêm das gorduras que comemos e a glicose dos carboidratos,
o que acontece na maioria das refeições do dia a dia. Logo após às refeições tanto os ácidos graxos como a glicose, que são absorvidos no intestino, vão chegar até o fígado pela corrente sanguínea e lá vão participar de diversas funções metabólicas. Uma destas funções é funcionar como fonte de energia para as células e também como estoque de reserva de energia a ser utilizada pelo organismo nos momentos de privação do alimento. Cabe ao fígado então o dever de construir esta molécula (triglicérides) unindo três moléculas de ácido graxo com uma molécula de glicose vindos da alimentação e devolver para a corrente sanguínea os triglicérides para que os mesmos cumpram sua função de levar combustível energético para todas as células funcionarem.
Até este ponto está tudo bem, mas o problema começa quando a oferta de ácidos graxos e glicose vindos pela alimentação passa a ser excessiva e quantidades de moléculas de triglicérides também se elevam excessivamente e
passam a se acumular no fígado. Este acúmulo excessivo de triglicérides no fígado recebe o nome de esteatose
hepática, também popularmente chamado de fígado gorduroso. O grande risco consiste no fato deste excesso de gordura no fígado desencadear uma inflamação deste órgão levando à um quadro clínico de esteato hepatite gordurosa, o que gera grande risco na saúde do fígado, podendo desencadear uma fibrose do órgão conhecida como cirrose
hepática.