A obesidade e as doenças relacionadas a ela, como hipertensão, diabetes, infarto, acidente vascular encefálico e outras, representam um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Dados recentes do Ministério da Saúde mostram que mais de 50% da população brasileira possui excesso de peso e cerca de 20% dos brasileiros são obesos.
Além das diversas doenças decorrentes da obesidade, essa condição gera uma série de alterações psicossociais, como baixa autoestima e isolamento social.
O Índice de Massa Corporal (IMC) é o critério mais utilizado globalmente para definir sobrepeso e obesidade. Este índice é calculado dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado (IMC=altura/peso²). O sobrepeso é definido quando o IMC é maior que 25 kg/m² e a obesidade ocorre quando esse índice ultrapassa 30 kg/m².
Mudanças comportamentais e nos hábitos alimentares, associados à prática regular de atividades físicas, são fundamentais para a perda de peso. No entanto, muitas pessoas não conseguem manter um peso adequado adotando apenas essas medidas. Por isso, atualmente existem vários métodos de tratamento para sobrepeso e obesidade.
Um dos métodos mais recentes de tratamento da obesidade é a Endosutura Gástrica (também conhecida como Gastroplastia Endoscópica). Como o próprio nome sugere, este é um procedimento realizado totalmente por endoscopia, sem cortes ou incisões no abdômen. A Gastroplastia Endoscópica consiste na realização de pontos de sutura no estômago, fazendo com que ele assuma um formato tubular, reduzindo em até 60% o seu volume inicial. Com isso, o indivíduo se sente saciado (“cheio” ou “satisfeito”) ao ingerir pequena quantidade de alimentos.
Este método foi descrito inicialmente em 2013 e, desde então, diversas universidades e centros médicos em todo o mundo vêm realizando pesquisas e trabalhos com o intuito de aperfeiçoá-lo. Atualmente, quase 10.000 procedimentos já foram realizados em diversos países. No Brasil, este método foi aprovado recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os primeiros procedimentos foram realizados em 2016.
A Endosutura Gástrica é indicada para indivíduos que apresentam IMC maior que 30 kg/m² e que não obtiveram sucesso com outros tratamentos. Mesmo pacientes que já se submeteram à cirurgia bariátrica podem se beneficiar deste novo método.
Trata-se de um procedimento seguro, com riscos mínimos de complicações e rápida recuperação do paciente (a maioria dos pacientes recebe alta hospitalar no mesmo dia ou no dia seguinte ao procedimento). A perda de peso a longo prazo é bastante satisfatória. Pacientes acompanhados por 2 anos após o procedimento apresentaram uma perda média de 20 a 25 kg, o que corresponde a cerca de 20% do peso.